Temos aí apenas mais um dos inúmeros vocábulos que importamos do francês. Usada em boa parte do planeta, a palavra 'Réveillon' é da mesma família do verbo francês 'réveiller' (que significa 'acordar', 'DESPERTAR').
Não podemos esquecer que as festas de fim de ano incluem o Natal e, nele, o 'bom velhinho', que, no nosso caso, é nomeado pela expressão luso-francesa 'Papai Noel'. 'Noel' vem do francês 'Noël' e significa... Significa 'Natal', é claro. Os portugueses chamam o Papai Noel de Pai Natal.
(rsrsrsrsrs)
Em seu belíssimo livro Palavras sem Fronteiras, o falecido acadêmico, historiador e diplomata Sergio Corrêa da Costa (que tive a honra de entrevistar na TV Cultura, no programa Nossa Língua Portuguesa) fez um significativo apanhado de palavras e expressões universais que encontrou em jornais, livros e documentos que passaram por suas mãos em décadas de ofício no Brasil e no exterior.
Sabe qual é o idioma campeão, ou seja, aquele que mais palavras e expressões espalhou e perpetuou pelo mundo? Nada de inglês, não. O idioma campeão é o francês; o inglês nem vice é. Acredite: correm pelo mundo muito mais palavras e expressões francesas do que inglesas.
Entre nós, além das que se mantiveram intactas ou quase intactas ('gourmet' e 'debacle', por exemplo; a segunda significa 'derrocada', 'ruína', 'catástrofe' – a forma original é 'débâcle'), temos inúmeras palavras que, depois de absorvidas, foram aportuguesadas. É o caso de 'filé' e 'balé' (que muita gente ainda insiste em grafar no original – 'filet' e 'ballet', respectivamente). Também vêm do francês 'abajur', 'camelô', 'bebê', 'carpete' (que em algumas regiões do Brasil é 'carpê') e a ultrabrasileira 'marmita', que muita gente ainda leva diariamente ao trabalho.
'Réveillon' (que grafamos como no original) é apenas mais um dos tantos casos de francesismo ou galicismo, nomes que se dão à adoção de palavra, expressão ou construção da língua francesa. 'Galicismo' se refere à Gália, que o Houaiss define como 'antigo país no território da França atual, que foi conquistado pelos romanos'. O adjetivo relativo à Gália é 'gaulês', que hoje se usa como sinônimo de 'francês' e não deve ser confundido com 'galês', que se refere ao País de Gales, um dos quatro formadores do Reino Unido (os outros são Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte).
Como se já não bastassem os problemas da nossa ortografia (letras que representam mais de um fonema, cabe ao estudante, ainda, a dura missão de acertar a grafia de uma palavra claramente diferente das nossas.
Essa situação é agravada pelo fato de não termos padrão para grafar palavras estrangeiras (aportuguesamos algumas e mantemos intactas outras), sem contar as invencionices, das quais são ótimos exemplos os nomes próprios que saem da fertilíssima imaginação de quem os cria. [...]
Matéria escrita pelo Profº. Pasquale Cipro Neto, publicada no DGABC, de 30/12/2007.
Com a deixa do francesismo, fica um versículo para o ano de 2008:
Não podemos esquecer que as festas de fim de ano incluem o Natal e, nele, o 'bom velhinho', que, no nosso caso, é nomeado pela expressão luso-francesa 'Papai Noel'. 'Noel' vem do francês 'Noël' e significa... Significa 'Natal', é claro. Os portugueses chamam o Papai Noel de Pai Natal.
(rsrsrsrsrs)
Em seu belíssimo livro Palavras sem Fronteiras, o falecido acadêmico, historiador e diplomata Sergio Corrêa da Costa (que tive a honra de entrevistar na TV Cultura, no programa Nossa Língua Portuguesa) fez um significativo apanhado de palavras e expressões universais que encontrou em jornais, livros e documentos que passaram por suas mãos em décadas de ofício no Brasil e no exterior.
Sabe qual é o idioma campeão, ou seja, aquele que mais palavras e expressões espalhou e perpetuou pelo mundo? Nada de inglês, não. O idioma campeão é o francês; o inglês nem vice é. Acredite: correm pelo mundo muito mais palavras e expressões francesas do que inglesas.
Entre nós, além das que se mantiveram intactas ou quase intactas ('gourmet' e 'debacle', por exemplo; a segunda significa 'derrocada', 'ruína', 'catástrofe' – a forma original é 'débâcle'), temos inúmeras palavras que, depois de absorvidas, foram aportuguesadas. É o caso de 'filé' e 'balé' (que muita gente ainda insiste em grafar no original – 'filet' e 'ballet', respectivamente). Também vêm do francês 'abajur', 'camelô', 'bebê', 'carpete' (que em algumas regiões do Brasil é 'carpê') e a ultrabrasileira 'marmita', que muita gente ainda leva diariamente ao trabalho.
'Réveillon' (que grafamos como no original) é apenas mais um dos tantos casos de francesismo ou galicismo, nomes que se dão à adoção de palavra, expressão ou construção da língua francesa. 'Galicismo' se refere à Gália, que o Houaiss define como 'antigo país no território da França atual, que foi conquistado pelos romanos'. O adjetivo relativo à Gália é 'gaulês', que hoje se usa como sinônimo de 'francês' e não deve ser confundido com 'galês', que se refere ao País de Gales, um dos quatro formadores do Reino Unido (os outros são Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte).
Como se já não bastassem os problemas da nossa ortografia (letras que representam mais de um fonema, cabe ao estudante, ainda, a dura missão de acertar a grafia de uma palavra claramente diferente das nossas.
Essa situação é agravada pelo fato de não termos padrão para grafar palavras estrangeiras (aportuguesamos algumas e mantemos intactas outras), sem contar as invencionices, das quais são ótimos exemplos os nomes próprios que saem da fertilíssima imaginação de quem os cria. [...]
Matéria escrita pelo Profº. Pasquale Cipro Neto, publicada no DGABC, de 30/12/2007.
Com a deixa do francesismo, fica um versículo para o ano de 2008:
" Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e a Luz de Cristo resplandecerá sobre ti!" Efésios 5.14